O linguista e teórico americano Noam Chomsky criticou "a mentalidade imperial" dos Estados Unidos, país ao qual acusou de "exacerbar as tensões nos países latino-americanos", durante uma palestra feita hoje em Caracas.
"Anteriormente, ajudava golpes de Estado ou intervenções militares: esta capacidade diminuiu, mas não desapareceu",advertiu Chomsky, um dos intelectuais mais prestigiosos da esquerda internacional.
O professor emérito do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, elogiou a iniciativa da Unasul (União de Nações Sul-americanas), que permite aos países da América do Sul "decidir sobre seu próprio futuro".
Ele falou também sobre o golpe de Estado de Honduras, que tirou do poder o presidente Manuel Zelaya, e o qual qualificou "de peculiar, porque os EUA não o apoiaram e o criticaram fracamente (...). Não fizeram uso de sua enorme influência econômica ou política".
Perguntado sobre a utilização de território colombiano como base de operações americana, após o acordo de colaboração militar entre EUA e Colômbia, o acadêmico afirmou que a "Venezuela sozinha não pode ter uma resposta às bases".
"Deve ser um resposta total por parte da comunidade latino-americana, na reunião da Unasul (na sexta-feira em Bariloche, Argentina) deveria ser liberado um comunicado enérgico que se oponha à instalação de bases americanas na América Latina", disse o ativista político.
Chomsky falou também do presidente americano, Barack Obama, sobre quem disse não estar desapontado.
"Obama não é (George W.) Bush. Mas pensar que Obama está operando de maneira diferente da esperada é por causa da inocência de confiar na retórica de Obama", defendeu Chomsky a uma plateia de estudantes e membros do Governo venezuelano.
"Nos Estados Unidos se vendem campanhas políticas como quem vende uma marca de pasta de dentes", afirmou, após lembrar que o atual presidente ganhou no ano passado um importante prêmio do grêmio de publicidade.
A agenda de Chomsky na Venezuela não foi divulgada, mas ele deve se reunir com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que em várias ocasiões elogiou o pensamento e a obra do filósofo e ativista americano.
Colaborador:Rodney Eloy
Fonte:G1
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