6 de maio de 2010

A quem caberá o trono?

Qual dentre os candidatos afigura-se como a melhor alternativa para governar o Estado brasileiro? Estado, essa organização política regida por uma lei máxima, a Constituição, nem sempre seguida ao pé da letra... Político, aquele que se ocupa da política. Política, forma de atuação do homem público conduzindo a administração para realizar o bem-estar comum. Circulo vicioso, não é? A pergunta continua no ar... Quais políticos ocuparão as cadeiras em disputa nas próximas eleições?

Se a resposta fosse dada por Sócrates seria: o perfeito governante para um Estado é o filosofo. Essa mesma ideia surge em seu discípulo Platão. Ambos acreditavam que o conhecimento político pertencia a um mundo, onde somente os sábios teriam acesso. Platão considerava como um problema da política o fato de todos acreditarem-se capacitados a exercê-la. Da Grécia Antiga aos dias atuais a maioria dos pré-candidatos continua se achando o mais adequado para o cargo cobiçado. Porém, isso é raro, quase todos estão despreparados para tal realidade, e ponha despreparo nisso! Platão comparava a política com a tecelagem para ilustrar seu ponto de vista. Para ele, a arte de tecer implicava na escolha do tecido, das peças a serem costuradas, do toque final, comparando o objetivo maior da política, dar abrigo e segurança, com um agasalho protegendo o “corpo social” das mudanças de temperatura. Trata-se de uma bela metáfora considerando-se que a função da política é tecer acordos em busca do equilíbrio entre fortes e fracos, poderosos e indefesos. Platão associava política e justiça, essa última seria a harmonia estabelecida entre três virtudes: sabedoria, fortaleza e temperança. A realidade dele era outra, mas buscar alguém – um político justo – que no mínimo tenha retidão de caráter, não é fácil.

O estopim para o amadurecimento político da filosofia platônica aconteceu após a morte de Sócrates. Esse fato colocou-o diante do dilema: se os governantes mataram o mais justo, quem poderia ser o administrador digno e que não fosse corrupto? O mesmo drama do eleitor brasileiro, pois 1/3 dos políticos têm algum tipo de pendência com a justiça, uma maioria relacionada à corrupção. Platão propôs uma solução.

A reformulação de todas as constituições e legislações da polis. Dessa forma ele não pretendia curar a doença da corrupção e da injustiça através de medidas paliativas, mas solucionar o problema propondo uma nova base para todo o assentamento político, pois visava ao bem-estar do cidadão comum. Utopia? Talvez, mas por que não tentar agora com o seu voto, uma operação mãos limpas? (A autora, Janira Fainer Bastos, éarticulista do JC)
Janira Fainer Bastos

Colaborador:Rodney Eloy
Fonte:Jcnet

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