21 de maio de 2011

Visão crítica da ciência – David Hume

Sabemos que desde muito jovem, David Hume sempre se interessou muito mais pelo mundo da literatura, poesia e filosofia do que pelo mundo das leis.

Tanto é verdade, que seus pais sempre quiseram que ele seguisse o caminho jurídico, mas ele, aos 18 anos vai estudar filosofia.
Desgosto dos pais? Eu, não sei. Mas que a filosofia ganhou muito com a decisão dele, a se ganhou!
É sabido que por suas viagens pela França e pela Bélgica, estabeleceu contato com grandes pensadores, entre eles Adam Smith e Jean Jacques Rousseau.
Apesar de viver num ambiente religioso, Hume era ateu. Isso lhe custou uma carreira acadêmica.
Deste modo, temos um pensador crítico tanto para com a religião como para a ciência.

Teoria do conhecimento de David Hume


Para Hume, tudo procederia da experiência sensível; a mente só conteria percepções.
Ele nega o princípio da causalidade, afirmando que a relação decorreria de mero hábito no constatar a regularidade da contiguidade e sucessão, com a crença de que continuará a ocorrer no futuro.
Ora, sendo assim, a ciência não pode de maneira alguma ser encarada como uma verdade absoluta. Assim como a religião ela não passa de uma crença, de uma "fé" psicológica de que as coisas sempre serão da mesma forma.
Mas, o que aconteceria se a lei ou a teoria científica falhasse?
Pois bem, nada na natureza tem o dever de seguir nossas leis científicas. Por isso, se um dia o sol se puser e, no outro não amanhecer, o que impediria a ocorrência? Ora, as leis da natureza são as interpretações que fazemos dela. Cada princípio pode ser contrariado pela natureza porque não é fundamentada pela razão, mas pela experiência.
Há, ainda, dois outros problemas que precisamos discutir a respeito da indução, como fundamento da ciência, a saber:

  • a observação como fonte objetiva;
  • a relação teoria e experiência;

Afirma-se, constantemente, que da observação das experiências tiramos os conhecimentos. Mas será que cada um de nós observa da mesma maneira? Será que nossa visão, audição, paladar, tato e olfato são iguais aos dos outros seres humanos?
Não são!
Daí podemos concluir que cada pessoa pode observar uma mesma situação de formas diferentes.


Anotações de aula do 1º ano do Ensino médio

Autor das anotações: Marcos Martins César - filósofo e professor de filosofia

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