2 de fevereiro de 2009

Livro Qual é a tua obra? - Mario Sergio Cortella

Esse é o último livro lançado pelo filósofo Mario Sergio Cortella. O livro trata de questionamentos sobre gestão, liderança e ética, procurando explicar vários termos do ambiente corporativo , além de desafiar alguns comportamentos das pessoas em relação as outras pessoas.

O inicio do livro é um convite a refletirmos sobre certos valores que estão presentes em nossa sociedade nos dias atuais. Para o autor, existe uma angústia muito grande dentro das pessoas e que está levando-as a se questionar o que estão fazendo com suas vidas e qual o verdadeiro significado de tudo isso. Funciona como uma sensação de vazio anterior, uma sensação de vazio que traz consigo uma crise no conjunto da vida social, do qual o trabalho é apenas um pedaço e que envolve a família, a relação entre as gerações e a própria escola. Estamos em um momento de transição, de turbulência muito forte em relação aos valores. Há uma necessidade urgente de a vida ser muito mais a realização de uma obra do que um fardo que se carrega dia-a-dia.

O autor resgata trechos da história para explicar o significado de certos comportamentos em relação ao trabalho como a associação do trabalho como um castigo, um fardo ou uma provação. A explanação dessa associação começa no período do século II A.C até o século V com a formação da sociedade greco-romana(sociedade essa que cresceu em sua exuberância a partir do trabalho escravo), passando pelo mundo medieval em que a relação foi senhor e servo (formação dos feudos, presentes em muitas empresas hoje em dia) mudando a relação de escravidão para servidão, e finalizando com o mundo capitalista europeu que “exportou” o trabalho escravo para fora da Europa. Países como Brasil e Estados Unidos foram todos construídos sob a lógica da exploração do outro.

Depois de apresentar a origem do trabalho, Cortella apresenta a visão da filosofia grega em relação ao trabalho, na qual a definição de dignidade é a capacidade de dedicar-se ao pensamento e não as obras manuais, a tal ponto que, no mundo escravocrata da filosofia e da ciência gregas não se faziam trabalhos manuais.

Esses dois últimos parágrafos representam a base da sociedade ocidental, que coloca o trabalho como castigo do ponto de vista moral-religioso ou uma concepção de castigo a partir da vontade dos deuses na cultura grega. Nobre é ser Senhor e o servo deve estar sempre na posição de submissão. Conceitos ainda muito presente no Brasil, pois ainda consideramos o trabalho manual como tarefa de inferiores.

A humildade é colocada como um dos valores a ser resgatados pela sociedade. Reconhecer que não estamos só, que devemos pensar em um senso maior de coletividade. Reconhecer que não sabemos tudo e que dependemos de outras pessoas para sobreviver. Um dos capítulos do livro é dedicado a importância de não se saber tudo (O lado bom de não saber) e condena aqueles que fingem que sabe. Aqueles que tem certeza de tudo. Gente que tem certeza de tudo não evolue, não inova, não cresce. Gente que não tem dúvida só é capaz de repetir e repetir em um mundo em constante mudança não é uma boa atitude.

Reconhecer que não sabe tudo leva você a querer evoluir, a buscar novos conhecimentos, a arriscar mais. Arriscar mais pode levar a erros, erros que devem ser corrigidos e não punidos. O que se pune é a negligência, desatenção e o descuido. Thomas Edison inventou a lâmpada elétrica de corrente contínua, mas o que não se sabe é que ele fez 1430 experiências antes de obter sucesso. Ele aprendeu que o fracasso não vem com o erro, mas quando desistimos perante o erro.

A parte final do livro é dedicado a ética. Uma reflexão da importância de pensarmos coletivamente. O autor deixa clara a diferença entre autonomia e soberania. Autonomia leva em consideração os impactos que suas decisões tem na vida de outras pessoas. Soberania é fazer tudo o que quer sem levar em consideração as consequências. Temos autonomia na nossa vida, mas não soberania.

Enfim, o livro leva a refletirmos sobre o significado de nossos atos, a substituir o hábito de fazer algo sem um sentido maior pelo sentimento de construção de uma obra, uma obra a ser construída por todos nós em busca de uma melhor qualidade de vida.

Fonte: Blog do Marcelão


Confira sua entrevista sobre o livro aqui

3 comentários:

Menelau disse...

Quando conheci Mário Sérgio Cortella o achei simplesmente impressionante. Parecia aquele discurso moderno, cheio de metáforas alucinantes e inteligentes. Mas quando começou com essa coisa de livrinho de auto-ajuda e palestrinha motivacional comecei a ficar desconfiado. Como diz o ditado: "Pelo frutos conhecereis a árvore!". Foi nessa época que tive contato com a obra do Professor Olavo de Carvalho. Nesse instante percebi toda diferença. Minha mãe quanta sabedoria ! Quanto material ! No mesmo instante descobri as origens picaretescas do Cortella. Um sujeito chamado Paulo Freire, um dos responsáveis pela epidemia de ignorância que assola nosso país. Desculpe se o choquei com minha opinião, mas é isso que eu penso.

um grande abraço

Menelau
menelau@gmail.com

Anônimo disse...

OdeC é um estípido, que em cada 10 palavras 5 são para ofender o interlocutor.
mario faz filosofia sem tomar partido e sem ofender quem le.
Alem do mais, é mestre em educação, e OdeC é...

putz.. OdeC não é nada.. que coisa!

Anônimo disse...

OdeC é um poço de conhecimento e aliás muito fundo. MSC é um filósofo bem fraquinho. Não há nem comparação.

É comparar um Águia com uma pomba.