O Tempo voa, assim como a poeira numa corrente de vento. Mas o que é o tempo? Pois, a poeira sabemos o que é.
O tempo segundo o bispo de Hipona Santo Agostinho é algo não mensurado, não verbalizado, pelo menos num primeiro momento. Assim ele o definiu: "Se me perguntares o que é o tempo, não sei dizer. Agora se não me perguntares o que é o tempo, eu sei o que é". Pode ser algo de filosófo, coisa abstrata, mas no fundo, o tempo é mesmo subjetivo. Chame duas pessoas para ouvirem umas músicas. Um delas é fã da banda que a toca, a outra não. Quando as músicas acabarem, pergunte a eles como sentiram o tempo. Certamente, a que gosta da música vai dizer que o tempo passou rápido demais. No entanto, a segunda, vai dizer que o tempo parou.
Vivemos hoje na correria. Quantos de nós temos a oportunidade de ficar na ociosidade sadia, criativa?
Infelizmente perdemos o foco dos nossos antepassados filósofos gregos que achavam no ócio o campo fértil para filosofar e discutir a vida na Agorah.
A nossa Agorah do século XXI é o metrô, trem, ônibus. Nestes lugares podemos parar para pensar e até arriscar umas páginas de livros.
Mas existe uma diferença abismal: antes os gregos discutiam em grupos. Hoje, discutimos com nós mesmos, com a nossa consciência e ego freudiano.
A falta de tempo, acabou com a nossa possibilidade de debater, de crescermos juntos, formar um conjunto harmonioso de teorias e praxis. Os nossos laptops, mp3,4,7 e até 9 são agora nossos companheiros.
Precisamos retornar para nossa Agorah, ou talvez, nunca mais iremos conhecer as coisas como são. Apenas as sombras vão aparecer na nossa frente.
É uma pena. Platão tentou fazer com que o homem saísse da cavarna. O homem, por sua vez, cansou deste mundo e está voltando novamente para caverna. Será uma ilusão deste homem? Pode ser.
Na pós-modernidade aprendemos com os economistas, gestores, empreendedores, homens de negócios, que quanto mais você investir em si, tanto mais será promissora a sua vida.
Consequência básica são os acúmulos de tarefas e overdoses de calmantes e antidepressivos.
Que tempo é este? O que é o tempo? A poeira sabemos, são resíduos de objetos e até células mortas da nossa pele.
Viver não é correr. Viver é examinar a vida. Então pare, olhe, reflita, debata, e tire suas conclusões.
Fonte: Marcos
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