3 de fevereiro de 2009

Teologia da prosperidade - uma teologia enganosa e maliciosa


Como é possível crer que o significado da vida é feito de bens e posses; de poderes e cargos importantes; de superioridade sobre os demais por se ser "filho do Rei"; crer que Deus responde ao dinheiro muito mais do que a uma oração humilde; e entender prosperidade como algo a ser medido por conquistas materiais - e não colocar o coração em poder-ter e em "ser-alguém" porque se tem poderes ou posses?

Simplesmente é impossível confessar tais coisas, e pensar que o resultado e o significado podem ser diferentes. Sim, porque cada um fica do tamanho do seu ídolo-teológico; e também cada um se torna a imagem de sua própria confissão com a boca.

Esses senhores e teólogos (se é que podemos chamá-los assim) da prosperidade são filhos da avareza, que é idolatria; posto que só se ocupam das coisas desta vida. Paulo diria que o "Deus deles é o seu próprio ventre".

A chamada de Teologia da Prosperidade, é uma das coisas mais bizarras que já aconteceram à "igreja"; e uma das principais responsáveis por pegar o que restou da Igreja, saqueando-a de suas ultimas purezas, e, assim, tornado-a "igreja humana" e não mais um corpo místico de Cristo. Ora, a tal "Prosperidade Idólatra e Materialista", além de ser total perversão da mensagem e sentido do Evangelho Eterno, acontece também, entre outros fatores, em razão do complexo de inferioridade da "igreja"; e também em razão de que a maioria dos seguidores de tal "teologia", quase sempre, são pessoas de origem simples, e que viveram na pobreza, ou que não tiveram muita instrução (grande maioria não são formados em teologia), ou que viram na "igreja" o melhor negócio de suas vidas. Afinal, que negócio é mais lucrativo na terra do que a religião? Veja: Não dá nada pra ninguém e recebe de todos; não vende nada material, mas recolhe grana como quem vendeu diamantes invisíveis; não investe em produção, mas ganha muito como industria de promessas de milagres; não tem que manufaturar nada, pois apenas tem que manipular tudo; não tem que convencer ninguém de nada, posto que, pela pobreza, pelo medo, e pela infelicidade da existência, tais indivíduos, os "fiéis", já compraram o "pacote" como quem compra o poder de um "despacho", etc...

Isto porque a visão de Deus anunciada nesses grupos, é a de um "Deus" perverso, avaro, ganancioso, inescrupuloso, louco por prata e ouro, e que não aguenta receber uns trocados sem dar uma demonstração pagã de poder (coisa de pequenas e medíocres divindades). Desse modo, meu irmão, ainda que conhecendo milhares que conhecem a Deus mesmo na "igreja", a maioria, entretanto, apenas sabe de Deus pela boca doutrinária de terceiros, o que os deixa à mercê das intenções de todos os inescrupulosos. Enquanto os "evangélicos" não pararem de ouvir somente os "pastores", e passarem a ler de fato a Bíblia que apenas carregam como amuleto divino em baixo do braço, o secularismo reinará na "igreja".

O povo perece sempre por falta de conhecimento de Deus e da Palavra! Essa tal "teologia" é o conteúdo espiritual de um deus pagão. Sim, um deus que responde à mecânica ritual das campanhas de prosperidade, e que se deixa mandar pelas ordens e caprichos dos pastores; e que, além disso, faz acepção de pessoas, pois, apenas é bom para os que dão dinheiro à "ele"; e também só é bom para aqueles que não faltam os encontros com "ele" nos horários pre-definidos pelos "seus" donos na terra: os sacerdotes da religião. No caso em questão, falo dos "sacerdotes" da religião evangélica; que foi a mais afetada por essa filosofia dos gurus indianos na América na década de 60 e 70. Sim, porque a "Teologia da Prosperidade" apareceu na carona do "deus rico" dos gurus da Califórnia; e seu conteúdo é idêntico ao "deles"; ou seja: a divindade tem seus "gurus", os quais, em sendo "servidos pelo povo", carreiam para os "servos" as bênçãos que apenas são liberadas, se eles, os gurus, forem servidos abundantemente e em primeiro lugar.

Sei que minhas palavras foram por demais ásperas e até podem alguns pensar que foi de maneira ideológica que escrevi, mas somente quem não conhece a Jesus e Sua Palavra pode pensar que minhas palavras são ásperas. Pois, quem de fato conhece a Palavra, sabe que não digo aqui nada que Paulo, Pedro e Judas não tenham dito em suas cartas e epistolas. E mais: somente quem não conhece o espírito do Evangelho e seu conteúdo, é que pode se entregar à loucura, ao devaneio, ao surto da "teologia da prosperidade", crendo que se trata de algo genuíno ou de Deus. O "Deus" ensinado pela "teologia da prosperidade" é a cara do Diabo! (é o divisor, o que separa segundo a palavra grega. Aqui cabe uma explicação minha. Não acredito em diabo personificado. Isto é apenas uma personificação mitológica). Assim, não percam mais seu tempo com esses caras e nem com tais loucuras, pois, de certo, o fim deles, não será bom . "Ai daqueles que escandalizar um dos meus pequeninos, exorta Jesus".




Marcos Martins César é teólogo e filósofo.

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