29 de março de 2009

Café Filosófico e Teológico



Tema: A conduta ética na religião


O café filosófico e teológico que ocorreu na Paróquia São Francisco de Assis na região da Diocese de São Miguel Paulista, em conjunto com professores e alunos da faculdade Unicastelo, contaram com a seguinte presença para compor à mesa com o Pe. Ticão, o Pastor Dr. Danilo (Igreja Metodista), Prof. Dr. Joel de Souza (Unicastelo), Prof. Ms Domingos Zamangnha (Unifai), Prof. Dr Valdir (Unicastelo).

Seu inicio foi marcado com o Pastor Danilo quando citou a frase “ser ético e o agir e interagir de modo coerente com diversos grupos, como portadores da fé” sua explanação sobre a origem estimológica grega da palavra ética, e assim ele disse que a religião é o que determina o agir do ser humano, quando ela toca no ser humano incondicionalmente. Também explicou sobre o inicio do protestantismo em 1517, gerando assim uma competição entre igrejas, logo depois com a hegemonia do capitalismo dá inicio a um mercado religioso, onde a religião por sua vez abandona a ética própria para seguir a ética do mercado.

Em seguida o Prof. Dr. Joel de Souza (Unicastelo) e com ponto de partida a sua reflexão cita Santo Ignácio de Antioquia quando diz: “o cristianismo é sinal de grandeza e não de propaganda”, assim inicia sua explanação de que a verdade é apenas uma, mas as expressões da verdade são varias, com isto dá inicio o quarto “poder”,ou seja, baseado em uma conduta religiosa acreditam serem detentores do poder de salvação, ou melhor, ditam quem pode e não pode ser salva, ressalta assim que a religião não é mercado, não podem vender produtos, a salvação vem ou nos conduz a Deus jamais pelo o homem. A preocupação desse homem deve resumir apenas em anunciar o Cristo. Em suas reflexões ele diz que Kant jamais negou o Absoluto (Deus), apenas ele fala do sujeito transcendental, isto é, apenas ele absolutiza o sujeito, diante de sua fala “assim a razão do meu ser não esta em mim mesmo, mas em algo transcendente, contudo a ética não pode existir sem o outro, é necessário sair de si mesmo e ir ao encontro do outro” finaliza dizendo que “o cristianismo se espalha pela grandeza da vida das pessoas, e não pela arte da propaganda, contudo, é na nossa capacidade de amar que construímos um mundo melhor”.

Na seqüência, tem a palavra o Prof Domingos Zamangnha no qual diz que “a religião é algo profundo na existência humana, logo não pode haver religião sem Deus”. Nesta ideia a ética dos juros é o que mata as famílias aumenta a pobreza pelo número alto que são cobrados, por conseguinte foi Deus que criou o tempo e o homem anti-ético cobrar juros pelo tempo, ou seja, o tempo passou a ser cobrado, isso dá o nome da ética dos juros. O empobrecimento da fé cria a secularização e a privatização da religião, enfim o próprio Deus é privatizado. O homem deve voltar à sua atenção para os problemas sociais.

Pe. Tição diz: “existem três dimensões da religião e que à apresentação de um Deus mágico que não tem nada a ver com o próximo, torna as pessoas submissas à essa falsa realidade”, é necessário apresentar um Deus humano, que está ao lado de todos e, se solidarializa no sofrimento da pessoa, e completa que a falta de testemunho aumenta cada vez mais o ateísmo.

Concluindo as apresentações, o prof. Valdir com a palavra nos alerta de que estamos vivendo uma inversão de valores, a partir do momento em que não me respeito, logo não consigo respeitar a mais ninguém. É preciso ter o compromisso com a verdade, é preciso se libertar desse mundo de fantasias pregado por algumas religiões que desrespeitam a ética. A pessoa que não consegue sair de si mesmo, não pode dizer que vivencia Jesus Cristo. Diante disso o professor informa que assistencialismo não é o mesmo de estar preocupado com as injustiças sociais, dar migalhas de pães as pessoas não é ser ético e muito menos religioso. É querer o fim sem importar com o caminho, as pessoas agem e fazem sem pensar, é necessário antes da ação à reflexão, para depois saber o caminho a ser percorrido.

Após todas as abordagens foi aberto para perguntas, e o professor Valdir encerra dizendo “que para ser ateu é necessário ter muita fé do que para acreditar em Deus”.

Cristiano Leme - Filósofo da Unifai

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