21 de junho de 2009

Antropologia filosófica

“A reflexão sobre nós próprios, reflexão sempre renovada
que o homem faz para chegar a compreender-se”
(Bernar Groethuysen)

Max Scheler colocou em seus escritos as questões relativas à natureza da história e a seu sentido emergem da reflexão referente à conduta humana e ao seu valor moral, à essência espiritual do homem, à experiência humana da realidade e à evolução do espírito nesta relação, ao conhecimento e às formas de saber, assim como às relações do homem com Deus. Seu pensamento está vinculado à sua concepção da essência espiritual do homem e à sua teoria da religião.

Um problema filosófico cuja solução é exigida com a maior urgência pela nossa época, é este o problema de uma antropologia filosófica. Onde uma ciência fundamental da essência e da estrutura essencial do homem; da sua relação com os reinos da natureza, bem como com o fundamento de todas as coisas; da origem metafísica da sua essência, como do seu inicio físico, psíquico e espiritual no mundo; das forças e dos poderes que movem o homem e que por ele são movidos; das tendências e leis fundamentais do seu desenvolvimento biológico, psíquico, espiritual e social, tanto no que diz respeito às suas possibilidades essenciais quanto às suas realidades.

A primeira idéia sobre o homem, ainda amplamente predominante nos círculos teítas, especialmente ligados à Igreja, não é um produto da filosofia ou da ciência, mas da fé religiosa. A antropologia da fé cristã-judaica suscitou também, como se sabe, uma quantidade enorme de concepções históricas e perspectivas da história universal, desde a Cidade de Deus de Agostinho até as tendências mais modernas do pensamento teológico, passando por Otto von Freising e Bossuet.

Uma segunda idéia sobre o homem, hoje ainda em vigor entre nós, é uma invenção dos gregos, da burguesia da cidade grega: um dos descobrimentos mais importantes e mais ricos em conseqüência na história do juízo que o homem faz de si mesmo, descobrimento feito pelos gregos e somente por eles e, por nenhum outro circulo cultural. A formula, da idéia do Homo sapiens, caracterizada pela primeira vez de uma forma conceitual e filosófica mais nítida, mais precisa e mais clara, pro Anaxágoras, Platão e Aristóteles, esta idéia estabelece uma distinção entre o homem e o animal em geral. Só por meio da razão tornar-se-á o homo capaz de conhecer o ser como é em si, a divindade, o mundo e a si próprio.






Bibliografia
SCHELER. Max, Visão Filosófica do Mundo. São Paulo, Perspectiva, 1986.

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