27 de julho de 2009

Algumas "justificativas" religiosas


1ª JUSTIFICATIVA: EXTRAPOLAÇÕES


Apenas apontando isso que de uma forma geral os religiosos buscam justificar suas crenças, apesar de todas as provas em contrário está em extrapolar o que está escrito na Bíblia, buscando criar justificações que a própria Bíblia nunca alegou em momento algum. Como por exemplo:
• Justificar Adão não ter morrido ao comer a maçã como “morte espiritual”. Nada no texto indica isso;• Justificar as contradições sobre relatos da morte de Judas como “primeiro ele se enforcou depois Deus o matou”. Nada na Bíblia indica essa ordem;• Deus criou o mundo em 7 dias explicado como “um dia de Deus equivale a mil anos do homem”. Nada no texto original justifica isso sobre a criação.


2ª JUSTIFICATIVA: É QUESTÃO DE ÉPOCA


Argumento usado principalmente quando é mencionada as crueldades de Jeová no Antigo Testamento. Aí entra em cena o lenga-lenga de “é porque naquela época eles eram isso ou aquilo, faziam isso ou aquilo”. Muito conveniente.
A pessoa que diz isso não se toca que só porque uma atitude era comum naquela época, não significa que era correta. Ou seja, era comum ter escravos, então Jeová (também conhecido como o Senhor dos Anéis Bíblico) permitia a escravidão. Era comum matar bebês de colo e rasgar barrigas de mulheres grávidas, então Jeová mandava fazer isso. Era comum vender mulheres como se fossem objetos, então Jeová permitia vender mulheres. E por aí vai.
Quem defende tal argumento não percebe o absurdo que está dizendo. Deus nesse caso não tem voz ativa. Quem escolhe o que é certo e o que é errado são os homens, através do seu “costume de época”. Se Deus simplesmente permite tais absurdos, ele jamais pode ser um Deus de amor, que se importa com os seres humanos.
Deus está permitindo, colaborando, aprovando e ordenando atitudes repugnantes, que jamais deveriam ser aceitas por um “Deus de amor”. Se ele não perpetrou a ação, pelo menos foi conivente abstendo-se.


3ª JUSTIFICATIVA: LIVRE ARBÍTRIO


Extremamente usado. Essa sempre é usada para responder à pergunta “mas como deus deixou acontecer algo tão horrível e não fez nada?”
• Inclui alegar que “tal pessoa escolheu tal caminho para o mal”. Ou seja, infere a culpa na própria pessoa/vítima, isentando o deus bonzinho de qualquer culpa por inação ou consciência premeditada (a qual ele teria, devido à sua onisciência).
A principal falha desse argumento (óbvia para qualquer outra pessoa, exceto o fiel que a defende) é que respeitar livre arbítrio impõe que se aceite receber um “não”, sem punir a pessoa por isso (afinal, devido à onisciência, Deus já sabia qual seria a resposta). E então, esse deus diz que se você não seguir o que ele diz, recebe punição e tortura eternas.
Tão medieval e atrasado é esse comportamento, que se tornou característico de ditaduras, seja obviamente fascistas cristãos tentando dizer que “não, isso é demonstrar amor divino”. Em geral me lembra como o finado Saddam Hussein ameaçava com uma arma quem dissesse que ele não era um grande presidente.
• Outra falha desse argumento são passagens da Bíblia em que é claramente alegado que Deus teria predestinado os escolhidos ao Céus. Logo, “predestinado significa as pessoas não teriam escolha de qualquer forma”. Algumas das passagens notórias nesse sentido:
Efésios 01:05 – E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.
II Tessalonicenses 02:13 – Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do SENHOR, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade.
Marcos 13:20 – E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias.
Onde a primeira desculpa tenta defender através da “culpa da vítima”, nessa segunda a culpa nem seria dela mas do deus que a predestinou a tomar tais atitudes. Experimentem jogar essas referências para um religioso e vejam alguém ter uma taque de histeria e argumentos furados. O que não deixa de ser engraçado.
Acontece principalmente quando percebem que o argumento que acreditavam inquestionável não funcionou, mas tentam tenazmente sustentá-lo até o fim dos tempos. Mesmo sendo insustentável.


4ª JUSTIFICATIVA: VOCÊ VAI PARA O INFERNO


A utilização desse argumento é proporcional à falta de cultura do religioso. Inquestionavelmente, um argumento utilizado por uma pessoa sem argumentos favoráveis à Bíblia na discussão.
Em primeiro lugar, porque isso não responde nada quando você aponta alguma das várias contradições e erros óbvios da Bíblia (se Noé era santo como ele encheu a cara e sai andando pelado? Gênesis 9:21), e apenas busca assustar quem fez a pergunta e distrair. Mas de uma forma tola e ingênua, porque uma pessoa cética que não acredita em céu e muito menos em inferno. Como, então, isso poderia funcionar?
A segunda contradição é ser um argumento de vingança. Algo no estilo: “você vai ver, Deus te pega lá fora”. Atenta contra a (suposta) “compaixão cristã e amor ao inimigo”, quando eles querem mais é ver o inimigo se ferrando no inferno (embora neguem).
Enfim de todos, é o argumento mais bobo, risível e difícil de levar a sério. E se um religioso ler isso vai apenas repetir que iremos para o inferno mesmo…


5ª JUSTIFICATIVA: PARA DEUS TUDO É POSSÍVEL (muito usado por ai pelas novas "igrejas")


Essa é usada quando o religioso realmente não quer pensar sobre o assunto e apela para a resposta mais intelectualmente preguiçosa: “Não vou considerar os dados contrários ao que estou defendendo vou apenas assumir que Deus pode fazer qualquer coisa porque tenho fé e fé exige aceitar o poder infinito de Deus”.
Isso é bem preguiçoso, não é mesmo? Ao invés de considerar os argumentos contrários e pesar o quanto de embasamento eles trazem apenas os ignora. É no estilo “papai sabe tudo”, não existe limites para o que ele pode fazer ainda que tudo mais indique que existem. Numa discussão sobre outro assunto esse argumento funcionaria da seguinte forma:
– Seu pai tem uma renda de um salário mínimo e está empilhado de contas para pagar, ele não pode te comprar e criar um pônei só porque você quer ou ele vai falir.– Sim, ele pode tudo, nada é impossível para ele. Você que não acredita.
Digamos que tal pai acaba-se comprando um pônei, apenas para satisfazer tal peste e falisse como a primeira pessoa alegou. Bom, esse tipo de argumento funciona da mesma forma.
Muito usado em discussões sempre que algo completamente absurdo é alegado na Bíblia, como Deus parar o Sol no meio do céu (apesar de ser a Terra quem se move), inundar o mundo inteiro por motivos pífios e tantas outros atos entre o nonsense, o ridículo e o infame. A pessoa vai defender que Deus alteraria TODAS as leis da física (que supostamente ele teria criado), todos os dados históricos sobre o assunto, tudo que poderia comprovar que aquilo nunca aconteceu ou seria possível, pelo mero motivo de mostrar que pode – por mais inconveniente e desnecessário que tal coisa fosse.
Por esse argumento, Deus seria um mero exibicionista para os profetas, ele iria parar o Sol no meio do céu indiferente a todas as conseqüências para o resto da Via Láctea e catástrofes naturais que pudesse causar, apenas para fazer o profeta ver uma sombrinha parada. Não seria muito mais fácil ele ter mandado uma carta?
Não parece que um ser onisciente e superpoderoso teria coisas mais importantes com que se preocupar, além de se exibir para profetas de meia tigela?


Fonte: ceticismo.net

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