Outro dia refletindo um pouco sobre estética, cheguei a seguinte conclusão: será mesmo que as obras de arte, peças teatrais, em fim, todas as manifestações artísticas são realmente cultura?
Ou será que a cultura é um termo hoje usado pela elite?
A definição de cultura é muito simples.
É um conceito desenvolvido inicialmente pelo antropólogo Edward Burnett Tylor para designar o todo complexo e metabiológico criado pelo homem. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade. Explica e dá sentido à cosmologia social; É a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.
Muito bem, lembro do meu velho professor de antropologia filosófica falando tudo isso.
Mas será mesmo que eu sou culto a partir do momento que me proponho a ir a uma peça de treatro ou ficar como uma estátua frente a um quadro de algum pintor importante?
Penso que não. Pois a cultura é algo construido e se não fizer parte do meu dia-a-dia, não é cultura.
Uma peça de Ludwig van Beethoven não me acrescenta em nada culturalmente. Este autor não faz parte do meu do meu cotidiano.
Então fica a pergunta: somos cultos quando admiramos uma obra de arte erudita?
Pois se esta obra de arte não foi criada pelo meu povo, ou grupo que me constituiu então não é cultura e sim algum conhecimento adquirido.
Portanto, somos seres desculturados, pois bebemos muito mais de rios de outros povos do que dos nossos próprios rios (nossa comunidade, nação).
E mais, a cultura que na verdade é a descultura é que fica com a fama de erudição. Ninguém acha cultural participar de um show de samba. É apenas um show!
Mas, vá a uma ópera. Pronto, você é uma pessoa culta.
Mas felizmente isso não é verdade.
Autor: Marcos Martins César
Nenhum comentário:
Postar um comentário