1 de junho de 2008

Teologia Moderna - Religião e história. Parte I

Todas as coisas são em sua medida reflexos do Infinito, mas nem todas as coisas são de igual modo. Portanto, Schleiermacher traça uma séria de círculos concêntricos naquilo que cada um desses revela o Todo ilimitado de uma maneira mais completa que o precedente. Sua ordem é como segue:
(A) - A Natureza. Schleiermacher mostra pouco interesse pela Natureza e praticamente deixa-a de lado, chamando-a de "o pátio dos gentios". Suas leis são melhores que os detalhes de sua beleza e elas lhe parecem religiosamente sublimes, posto que nos falam da unidade e imutalibidade divina.
(B) - O Indivíduo. Para descobrir Deus verdadeiramente, o homem deve primeiro descobrir-se dentro de si mesmo. Cada ser humano é encarnação única do Todo (que é Deus - nota: Marcos). A piedade inclui o Universo em cada vida individual. Tendo em vista a importância primária que Schleiermacher sempre concedeu à individualidade, é estranho notar a ambiguidade de suas expressões deste período a respeito da vida após a morte.
(C) - A Humanidade. A vida individual resulta incompleta se separada da humanidade. " A fim de receber a vida do Espírito do Mundo, e de ter a religião, o homem deve, antes de tudo, em amor e mediante o amor, descobrir a humanidade. Os sentimentos religiosos mais santos são os que expressam a existência do homem na totalidade da humanidade. Os sentimentos religiosos mais santos são os que expressam a existência do homem na totalidade da humanidade.
(D) - A História. "Como pessoas que sentem, constantemente somos impulsionados ao passado. O espírito oferece o principal alimento de nossa piedade, e a história é para a religião, de uma maneira imediata e especial, a mais rica das fontes". É necessário ver a humanidade não apenas como é, mas em seu processo de vir a ser. A contemplação da história pela mente religiosa mostra que é "a maior e mais geral revelação daquilo que é mais profundo e mais santo", posto que nela se manifesta a obra redentora do Amor Eterno ( Deus).
Em todos esses níveis, e de uma maneira cada vez mais adequada, o Universo se retrata no finito, e sua presença pode ser descoberta por aqueles nos quais se tem despertadoe o sentido e gosto pelo infinito.

Fonte: MACKINTOSH, H. R. Teologia Moderna de Schleiermacher a Bultmann. São Paulo: Editora Cristã Novo Século, 2004.

Um comentário:

Marcos Martins César disse...

Bem gente, quem está comentando sou eu mesmo (Marcos). Este texto é interessante. Faz parte de uma obra imensa, que aos poucos vou colocando para vocês. Algumas expressões ou palavras que ficam obscuras para os leitores que não tiveram ou não são acostumados a ler textos teológicos e filosóficos - tentarei traduzir, usando sinônimos, em fim. Leiam e comentem. Abraços
Marcos 01/06/08